Até que eu me divirto!

mas que deixei de acreditar, isso eu deixei!

1.31.2006

sem título

Eu não lhe tenho em álbuns de retratos
Eu não fiquei com o seu disco favorito.
Não guardei seu sorriso,
Não limpei marcas do seu batom...

A noite, e a vida, e as lágrimas... tudo se foi.


Todo o tempo não foi tempo o bastante. E nunca há de ser suficiente.
Frases engolidas sem terem sido formuladas...
Sempre o momento ideal, o lugar ideal, palavras ideais.
Sempre esperando o que não há, o que jamais haverá,
Sempre abrindo mão do real, do palpável, do agora.
E nada além de lembranças romantizadas, histórias reformuladas,
E dramáticas, como não foram,
Como não precisavam ter sido.


Olhares congelados,
Poesias sem rima e frases de efeito,
Feliz é quem consegue esquecer.


Bons sonhos agora.
Durma bem, meu amor.
Durma e espere por mim.

1.24.2006

dá-lhe clichê!

Três posts são razoavelmente suficientes para sabermos se vale ou não a pena continuarmos a ler um determinado blog, não acha?
Pois acabo de me aventurar no mural de textos de um adolescente pseudo-indie-depressivo-carente-porém-revoltado-e-quase-canalha (na verdade, apenas mais um dos muitos que vemos por aí)...
Por favor, detenham-me, caso algum dia vocês perceberem que estou:
1 - Fingindo não me preocupar com minha escrita;
2 - Dizendo que vou me matar, e que vai ser engraçado;
3 - Dizendo que os Beatles " fizeram tudo, e não só fizeram tudo primeiro como fizeram tudo bem.", sem que ninguém pergunte.

Tudo bem.
Pondero o fato de que algumas coisas, como o velho clichê dos Beatles (apesar de verdadeiro, não deixa de ser clichê!) são legais de serem ditas, ainda mais se isso realmente parece novidade pra você.

Tudo bem nº2.
Eu é que virei mesmo um velho ranzinza.
E dá-lhe clichê!

1.18.2006

um dia de cada vez

Escrevo cartas de despedida num intervalo que pode ser de duas semanas, ou dois meses, ou seis meses. Mas de vez em quando me pego escrevendo cartas - não sofridas, diga-se de passagem - de despedida.

Sempre pensei que fosse morrer novo. Das doenças da infância à depressão da adolescência (apenas?), sempre tive essa impressão. E pra minha surpresa, foram-se amigos, em acidentes, em ataques cardíacos, em ocasiões misteriosas, com direito a porta do banheiro arrombada e tudo.

E eu que nunca tive prazer em nada disso aqui, continuo...

O calor está insuportável por aqui. Banhos e mais banhos, ventiladores por todos os lados.
Pra poupar o meu ex-peludo cachorro do sofrimento, meus pais o mandaram para a tosa com uma profissional. E agora ele é o animal mais esquisito e cor-de-rosa que já vi!

Qualquer dia desses eu paro de usar a escrita como válvula de escape. Não sei o quanto me alivia cada uma das mentiras bonitinhas e verdades deprimentes que conto, ou quanto mais me torno escravo, refém, como se necessitasse de estar continuamente mal para tentar fazer algo minimamente razoável.

Fora os outros exigirem que você seja permanentemente down...

Hoje entendo perfeitamente o que Connor Oberst quis dizer sobre como é estranho ver que as pessoas se decepcionam quando o vêem de bom humor, porque, no pensamento coletivo, quem escreve coisas tristes deve, certamente, ser uma pessoa triste.
Então, ou paro de escrever, ou paro de mostrar!

"Faz isso pra mim?" Não! Deixa eu ser espontâneo, caramba! Se eu não fiz, é porque ainda não tive vontade, ou criatividade, ou sei lá! Mas quando quiser, quando quiser mesmo, se um dia quiser, pode ter certeza que farei.
Como aquele bigodudo lá cantou certa vez: "Não me peça pra cantar uma canção como se deve!". Simples, não?

E não tem despedida, mas talvez também não tenha uma próxima vez. E está avisado: quero parar de escrever!

vai ver eu nem pare de escrever coisa alguma, mas que preciso parar de ouvir shoegaze e trip-hop, isso eu preciso!