Capote
Um pouco de cinema, só pra variar. Nada de música por hoje.
Nó-na-garganta. E não é força de expressão.
Capote, filme de Bennett Miller, traz Philip Seymour Hoffman no papel do jornalista Truman Capote, e retrata o processo de feitura de "A Sangue Frio", livro mais famoso do jornalista.
Escrito entre 1959 e 1964, "A Sangue Frio" conta a história do assassinato de quatro membros de uma família no interior do Kansas, culminado com a execução dos assassinos. A obra de não-ficção, em forma de romance, tornou-se um marco no que, por motivos óbvios, convencionou-se chamar de jornalismo literário.
O filme porém não se limita a apenas contar o que Capote já havia registrado em seu livro. Pelo contrário. Os pormenores dos assassinatos são o que menos importa. Ao longo dos 98 minutos, a preocupação de Bennett Miller foi focar o conflito ético que tanto atormentou o jornalista ao longo dos anos em que acompanhou o "Caso Clutter". O mesmo Truman Capote que contratou advogados para batalharem no adiamento da execução dos condenados, que se viu encantado por Perry Smith, um dos assassinos, e chegou a alimentá-lo com papinha para bebês numa ocasião em que Perry havia parado de comer, é o mesmo Capote, que, a partir do momento em que consegue todas as informações almejadas sobre a noite do assassinato, passa a desejar, o mais rápido possível, o desfecho da história e um final para o seu livro.
Philip Seymour Hoffman consegue ir além de interpretar (e perfeitamente bem, diga-se de passagem) o gestual e a forma de falar de Truman. A angústia de um homem que, ao mesmo tempo em que desejava ver os assassinos enforcados, também se via espelhado em Perry Smith (uma das frases mais belas do filme é sobre esse reconhecimento de Capote em Smith, e é algo como: "É como se nós tivessemos crescido numa mesma casa. Ele saiu pela porta dos fundos, e eu, pela porta da frente.") está estampada em seu rosto, especialmente na seqüência final da película. Não a toa Philip tem sido elogiado por toda a crítica, e é um forte concorrente ao Oscar.
O filme pode, em certos momentos, decepcionar aos que já leram "A Sangue Frio", e, por isso, acabam criando certas expectativas em torno do que acontece na seqüência seguinte. Com um pouco de abstração, isso não é necessariamente um problema, até porque, como já aconteceu em outros casos, o filme pode levar até ao livro muitas pessoas que sequer sabiam de sua existência. E nesse segundo caso, se não lerão nada, ou quase nada, sobre um escritor gordinho-careca-de-óculos-e-cheio-de-trejeitos, entenderão melhor toda a história do assassinato dos Clutters, e personagens tão interessantes quanto Perry Smith e Dick Hickock.
Nó-na-garganta. E não é força de expressão.
Capote, filme de Bennett Miller, traz Philip Seymour Hoffman no papel do jornalista Truman Capote, e retrata o processo de feitura de "A Sangue Frio", livro mais famoso do jornalista.
Escrito entre 1959 e 1964, "A Sangue Frio" conta a história do assassinato de quatro membros de uma família no interior do Kansas, culminado com a execução dos assassinos. A obra de não-ficção, em forma de romance, tornou-se um marco no que, por motivos óbvios, convencionou-se chamar de jornalismo literário.
O filme porém não se limita a apenas contar o que Capote já havia registrado em seu livro. Pelo contrário. Os pormenores dos assassinatos são o que menos importa. Ao longo dos 98 minutos, a preocupação de Bennett Miller foi focar o conflito ético que tanto atormentou o jornalista ao longo dos anos em que acompanhou o "Caso Clutter". O mesmo Truman Capote que contratou advogados para batalharem no adiamento da execução dos condenados, que se viu encantado por Perry Smith, um dos assassinos, e chegou a alimentá-lo com papinha para bebês numa ocasião em que Perry havia parado de comer, é o mesmo Capote, que, a partir do momento em que consegue todas as informações almejadas sobre a noite do assassinato, passa a desejar, o mais rápido possível, o desfecho da história e um final para o seu livro.
Philip Seymour Hoffman consegue ir além de interpretar (e perfeitamente bem, diga-se de passagem) o gestual e a forma de falar de Truman. A angústia de um homem que, ao mesmo tempo em que desejava ver os assassinos enforcados, também se via espelhado em Perry Smith (uma das frases mais belas do filme é sobre esse reconhecimento de Capote em Smith, e é algo como: "É como se nós tivessemos crescido numa mesma casa. Ele saiu pela porta dos fundos, e eu, pela porta da frente.") está estampada em seu rosto, especialmente na seqüência final da película. Não a toa Philip tem sido elogiado por toda a crítica, e é um forte concorrente ao Oscar.
O filme pode, em certos momentos, decepcionar aos que já leram "A Sangue Frio", e, por isso, acabam criando certas expectativas em torno do que acontece na seqüência seguinte. Com um pouco de abstração, isso não é necessariamente um problema, até porque, como já aconteceu em outros casos, o filme pode levar até ao livro muitas pessoas que sequer sabiam de sua existência. E nesse segundo caso, se não lerão nada, ou quase nada, sobre um escritor gordinho-careca-de-óculos-e-cheio-de-trejeitos, entenderão melhor toda a história do assassinato dos Clutters, e personagens tão interessantes quanto Perry Smith e Dick Hickock.
2 Comments:
At 7:59 PM, Anônimo said…
eu não li o livro..mas já havia lido sobre o filme..e com certeza..não sei qdo, vou vê-lo..rs
At 10:48 AM, Anônimo said…
tô na maior pilha de ver Capote,o
A Sangue frio eu vi o filme,é muito
foda,impressionante!
Postar um comentário
<< Home