Até que eu me divirto!

mas que deixei de acreditar, isso eu deixei!

7.13.2006

Buda

Pernas cruzadas em uma semi posição de lótus. Um cobertor velho (lembro-me dele desde que me entendo por gente, o que me faz crer que, possivelmente, se trata de um dos poucos presentes de casamento dos meus pais que perduram até hoje) cobre de meu umbigo para baixo.
Estou no sofá.

Tento prosseguir com algumas leituras atrasadas, por puro desleixo de minha parte, mas perco a atenção com os barulhos feitos por minha mãe que, insone, resolveu arrumar a casa, e a jukebox no bar do outro lado da rua, que ressucita canções que ninguém, exceto os malditos dementes bêbados que estão sempre por lá, seria capaz de lembrar.

Pernas dormentes – me ajeito.

Levo minha blusa ao rosto. E esse perfume... não é o meu. Sinto saudades – desculpe, mas é inevitável.

Não fosse por esse maldito bar, não fosse por minha recusa em sair desse sofá, não fosse achar ruim ligar o tal aparelho por apenas uma, talvez duas xícaras... Céus! Faria tudo por um bom café.