Até que eu me divirto!

mas que deixei de acreditar, isso eu deixei!

4.12.2006

Todo mundo no terraço

Como meu feriado começou hoje, para não ficar sem fazer nada, aproveitei a manhã para terminar de ler Uma Longa Queda.
.....

É Nick Hornby, fazendo o que se espera de Nick Hornby, e, bem... escrevendo como, você sabe... Nick Hornby, com toda aquela coisa da narrativa em primeira pessoa, diálogos com o leitor, referências a discos, a livros, franquias, programas de tevê, linguagem cotidiana e tudo mais.

O livro que conta a história do improvável encontro de quatro candidatos a suicidas, cada qual com personalidades e histórias distintas entre si, no alto de um prédio (o Toppers' House), na noite de Ano Novo, e a relação, não necessariamente de amizade, que se segue depois disso, diverte, distrai e, assim como o grande sucesso de Nick Hornby, o livro Alta Fidelidade, nos faz ver o quanto, todos nós, cada um de nós, somos ainda mais patéticos do que muitas vezes nos damos conta.

Transcrevo abaixo um trecho em que, já próximo ao fim da história, JJ (o “Rob Fleming” de Uma Longa Queda), chega a uma das conclusões mais interessantes do livro, um pensamento que o autor deixou também transparecer em suas entrevistas quanto a obra, ao afirmar que todas as pessoas, ao menos uma vez, já cogitaram a idéia do suicídio:

“(...) você pensa que as pessoas que não estão no terraço encontram-se a milhares de quilômetros, do outro lado do oceano, mas não é verdade. Não há nenhum mar. Não há nenhum mar. Todas elas estão em solo firme, a uma distância palpável. Não estou tentando dizer que a felicidade está assim tão perto que é uma questão de conseguirmos vê-la, não estou dizendo nenhuma baboseira desse tipo. Não estou dizendo que os suicidas não estão tão longe assim das pessoas que conseguem tocar a vida; estou dizendo que aqueles que conseguem tocar a vida não estão assim tão longe de serem suicidas. Talvez não devesse achar isso tão confortador quanto acho.”

Palavras do Randall Neto num post mais antigo, Uma Longa Queda é “padrão Nick Hornby de qualidade”, não importa o quanto uns e outros insistam em dizer o contrário.
E o final também não é dos piores.


.....

Agora de tarde começo a ler A Grande Caçada aos Tubarões, do Hunter, e também aproveito para começar a preparar o texto do seminário que tenho que apresentar sobre ele.

3 Comments:

  • At 11:49 AM, Anonymous Anônimo said…

    Cara, essa capa é muito mais massa que a minha, uma vermelho e preta. Também gostei do livro, e do Hunther eu só li RUM, excelente e muito recomendável!

    Valeu pela citação!

     
  • At 12:34 PM, Anonymous Anônimo said…

    Eu nunca li um livro do Nick Hornby. Tenho até certa vergonha de dizer isso. Preciso começar, urgente.

     
  • At 2:23 PM, Blogger jwagner said…

    eu li Hells Angels e Screwjack. RUM eu ainda estou devendo, mas pretendo ler em breve.


    Rodrigo, leia assim que puder, pois não vai se arrepender!

     

Postar um comentário

<< Home