Até que eu me divirto!

mas que deixei de acreditar, isso eu deixei!

6.14.2006

Frusciante

Você gosta de Red Hot Chili Peppers?
Bem, eu não. Mas em todo caso, deixe os pimentinhas pra lá. Ou melhor, deixe Flea, Kids e Chad pra lá.
Se tem alguém ali que merece ser lembrado, esse alguém se chama John Frusciante, o guitarrista.
Sempre ouvi comparações entre John e mentes insanas porém geniais, como Syd Barrett, por exemplo. Mas tinha um puta preconceito, um certo receio. Afinal, de tudo que já ouvi de RHCP, dos álbuns com John nas guitarras, gostei de no máximo umas 4 músicas (e isso, espremendo!). O que é que esse cara poderia me oferecer?

A história é conhecida: Fruxi se tornou membro de sua banda favorita ainda muito novo, gravou dois álbuns sucesso de crítica e de venda, teve todas as mulheres que quis, fumou todos os baseados que pode, não resistiu a pressão do estrelato e caiu fora. E é aí que começa o que realmente interessa.

Em 94, seu primeiro álbum solo, Niandra LaDes and Usually Just A T.shirt, apesar de ser um tanto quanto difícil (e triiiiiiste que só), ultrapassa a marca de 100 mil cópias vendidas. É o som da solidão, a trilha sonora de alguém que não demoraria muito tempo até dedicar sua vida a flertar com a morte, alguém que mergulharia fundo num monte de lixo. Entre As Can Be, My Smile Is A Rifle, Head (Beach Arab), e outras, não há como negar: está ali a insanidade de Barrett, a angústia de Nick Drake, a atmosfera sombria de Tim Buckley. O ex-guitarrista daquela banda de palhaços funky era mais um no clube. Mas até quando?

A situação fica realmente complicada nesse ponto. John passa a consumir heroína desenfreadamente, injetando todo dinheiro que havia conseguido com os “bons” anos no RHCP, se isola do mundo, passa a ser o maior-junkie-da-face-da-Terra, um zumbi, um Syd Vicious ainda mais extremo (com a diferença de saber tocar alguma coisa), um amontoado de ossos e sangue, um ser sem dentes, de unhas podres, que fedia mais que qualquer outra coisa.
Morando numa casa tão limpa quanto seu corpo, com fragmentos de poesias suicidas pichadas nas paredes sujas de sangue, entre pôsteres de Vicious e de Zappa, camisetas do Velvet Underground, siringas sujas e cartelas vazias de prozac , dá a luz à Smile From The Streets You Hold, segundo ele, feito apenas para conseguir mais dinheiro para comprar heroína. Segundo a crítica, um álbum ainda mais difícil que Niandra, considerado por muitos como um lixo, e por outros, como uma jóia, um retrato de como alguém pode se tornar um monte de nada e ainda assim continuar sendo um grande artista.

Ignoremos seu retorno ao RHCP (não sem antes dizer que isso fez com que a banda se tornasse popular novamente), e falemos do que realmente interessa. John, agora limpinho (e com dentes novos!) lança em 2001 To Record Only Water for Ten Days.
Esqueça o termo lo-fi, o guitarrista chapado/cantor desafinado mergulhado na merda. To Record é O poder! Bateria eletrônica, mellotron, teclados e muitas melodias – melhor ainda: bem cantadas!
Esse ano trouxe ainda o álbum From The Sounds Inside, onde o destaque ficam por conta das músicas mais acústicas.

Em 2004, John lançou tantos discos solos que não é difícil esquecer de alguns. No mínimo, temos: Shadows Collide With People (Uma pérola pop, com participação de Flea e Chad Smith, e com uma overdose de backing vocals - uma das poucas características que admiro no trabalho do Red Hot - no talo, no máximo. Um álbum que merecia ser mais conhecido, como comprova Ricky, uma das melhores canções da vida de Fruxi), The DC – EP, Ataxia - Automatic Writing, The Will To Death, Inside of Emptiness e A Sphere in the Heart of Silence (é óbvio que não ouvi todos, mas só por que não encontrei todos).

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No ano passado John lançou Curtains, mais um grande disco, bem cantando, bem tocado, bem gravado, bem produzido, com melodias lindíssimas, com ótimos momentos do começo ao fim.

Frusciante resistiu, conseguiu escapar do que a mãe de Kurt Cobain chama de "Clube dos Idiotas" (o de grandes mentes que acabam se auto-destruindo). E é uma prova de que você pode ignorar por completo o trabalho em grupo de alguém e admirá-lo individualmente.

No orkut, com um pouco de paciência, você encontra quase todos os discos do cara pra baixar. Uma dica? Comece por aqui.
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Por falar em trabalho individual versus trabalho em grupo, aquilo de ontem é a tal "seleção favorita ao título"?
Sei não, ein....

5 Comments:

  • At 8:51 AM, Anonymous Anônimo said…

    Eu gosto de RH, e to com preguiça de ler essa historia toda pq vou almoçar agora, e não penso mto bem qndo to com fome
    To acabando seu livro, axo q terminarei hj, só faltam 20 páginas, e como vou descer hj, axo que em brve ele estará de volta às suas mãos!!! E eu amei e obrigada!
    Bjooooo

     
  • At 10:58 AM, Anonymous Anônimo said…

    cara,vc gostou mesmo do john hein?rsrs
    eu conheci o trabalho solo dele meio por acaso..e gostei bastante..mas falta muita coisa p/ conhecer ainda..rs
    fui abraço

     
  • At 11:09 AM, Blogger jwagner said…

    é, rapaz... eu queria escrever sobre ele há tempos, mas um pouco de preguiça e uma certa falta de material me impedia de fazer isso...

     
  • At 1:30 PM, Blogger Madame said…

    Olha que legal.
    Eu gosto sim do Red Hot, sem muito alarde. Nunca fui a fundo pra saber da carreira Frusciante porque nunca pareceu que "valia a pena".
    Agora sim. Você me deu bons motivos.

    Abraço.

     
  • At 6:40 PM, Blogger Adriana Nagano said…

    Legal descobrir tudo isso aí do Frusciante =P

     

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