Até que eu me divirto!

mas que deixei de acreditar, isso eu deixei!

11.23.2005

então tá.

Caro JWagner,
Vc me surpreendeu com seus textos, confesso que nunca tinha lido nada de tão ruim, sem conteúdo, péssimo estilo, enfim imbecilidades levianas. Parece de fato um aspirante a jornalista malogrado, um beócio escritor de idiotices. Mude seu estilo, escreva sobre algo que ultrapasse suas elucubrações sobre um cotidiano pessoal sem eventos representativos, significativos. Em suma escreva algo que não seja idiotices juvenis.
Boa sorte!


Parece que alguém andou lendo o dicionário.

11.20.2005

Braço a torcer

O tempo que passou não foi suficiente pra me fazer sentir saudades. E, sinto dizer, talvez passe todo o tempo do mundo, e nunca há de ser suficiente.

São seis e meia da manhã, e cá estou, e à minha frente, os amigos do baralho. As piadas são as mesmas, todo dia, todo dia... (eu ainda consigo rir, mas não gargalhar. Nada é mais tão engraçado, já há alguns anos).


Eu saio, vou até o sobrado em que é como se fosse meu, e, por uma merreca por mês, me garante um lugar pra dormir, um lugar pra tomar banho e..., e..., enfim! Um lugar pra dormir e tomar banho.
Já dormi em camas melhores, com colchões melhores, em casas com cheiro melhor. Mas e daí? Sempre me senti sufocado, obrigado a cumprir com uma obrigação qualquer, ainda que, por muitas vezes, a obrigação não estivesse tão clara à minha frente. E é quando olho essas minhas fotos – as desse álbum azul, pequeno, que foram tiradas durante a maldita viagem para as festividades de fim de ano, de um ano qualquer, para a casa de um dos seus malditos parentes. Por sorte, encontrei amigos, e as fotos desse álbum aqui são do boliche e do bilhar, num dos poucos momentos em que senti que podia respirar. – que lembro qual seria essa obrigação, que lembro o que me sufocava, o que nunca me permitia respirar. Era você! E era toda uma vida gasta sem prazeres, sem sorrisos, sem vontade.

Oito e quinze agora. E eu desço as escadas. Hora de tomar um café, antes de ir à farmácia, medir minha pressão.

Um pedaço grande de broa de fubá, uma boa golada num café não muito doce. E eu posso comer mais alguma coisa sem que ninguém me censure.
Pastel de queijo, e algo para beber...
Sabe de uma coisa? Não importa. Você poderia insistir, me encontrar, me pedir pra voltar, e tudo isso que você não fez, mas eu sei, sente vontade... eu não aceitaria! Eu não voltaria!
Quer saber de outra coisa? Suco de caju nunca foi tão gostoso quanto é agora, que estou só, que estou livre, que estou em paz.


[Do que se esquece com o tempo, parte 3 – Braço a torcer]

Som: Várias do Ambulance LTD

11.14.2005

Para onde vão as flores quando murcham?

- Pra onde você foi depois que eu fui embora?
- Lugar nenhum. Eu fiquei parado, no mesmo lugar.
- Mas como? Eu soube de suas histórias, de outros nomes...
- Você soube de outras vidas! Personagens! Eu? Eu ainda estava lá!

- Nunca imaginei...
- Eu lhe esperava voltar.
- Isso parece loucura!
- Exato! Em momento algum eu quis deixar de ser aquele louco que lhe cativou.

- Mas e se, por acaso, eu não voltasse jamais?
- Já pensei nisso algumas vezes...
- E...?
- Acho que então eu estaria mergulhado em mundo só meu, imaginando até hoje como seria nossa primeira conversa na hora em que, enfim, você retornaria.
- Quem vai saber?

11.07.2005

07/11/2005

Não há beleza,
Não há vida,
E não importa o que vemos:
Não há sequer mais flores!
Mas eu lhe encontrei outra vez,
Com outro rosto,
Com outro nome,
Com novas histórias
Em um novo lugar.

Eu posso até lutar pelo que não vai acontecer,
E nunca duvidar de tudo aquilo que inexiste.
Não há de ser diferente agora.

Eu já cansei de pedir perdão.

Então diz:
Quem merece suas lágrimas?
Quem é capaz de lhe fazer sorrir?

11.06.2005

tudo está certo num quadro tão torto.

Quando a estrada apontar àquela curva, quando o carro cruzar àquela ponte, engula suas lágrimas, recomece sua vida.
Quando eu abrir os álbuns, verei apenas os sorrisos, sem me prender aos seus olhos. Aliás, sem me prender ao meu rosto, tão diferente, e a cada dia mais...
Quando o carro cruzar às montanhas, aperte com força o volante, respire fundo, olhe tudo à sua volta. este é um novo dia, um novo despertar, uma nova vida... pra você.

Menos garfos nas gavetas, menos pratos sobre a mesa, e tudo bem, se por enquanto, alguns telefonemas além do normal.

Os novos amigos são os velhos amigos, ao menos para mim.

Ainda é a mesma garrafa... mas o café já não tem o mesmo gosto;
Ainda são as mesmas roupas, mas já não brilham quanto antes;
Ainda é a mesma tevê, mas, graças, as pilhas do controle acabaram.

Eu não prometi quadros sem falhas, paredes sem rachaduras, e você nunca me cobrou. Inocente fui, ao acreditar que estava tudo bem, tudo perfeito...Você buscava tintas fortes, você buscava placas de concreto...
Você esperava pelo que eu nunca seria capaz de lhe entregar.

Seu beijo teve gosto de nunca mais.
A partida do seu carro teve som de eu sobrevivo.
E minha não lágrima me trouxe o calor que sente o quarto colocado de uma corrida qualquer.

A casa está maior agora;
O lençol agora é só meu.

E eu não sinto sua falta, eu sinto seu perfume.



Som: todo o disco Grandes Infiéis, Violins.

11.04.2005

Amigo Skip

Caro Skip, como andam as coisas por aí?
Imagino bem o que se passa nesse exato instante... suas mãos trêmulas, seus velhos óculos sendo ajeitados para que você possa melhor entender a minha letra, que nunca foi grande coisa.
Lamento, meu amigo, que não escrevo para dizer nada em especial. Portanto, não se incomode. Pode sentar-se a mesa, apoiar o cotovelo sem dó nem piedade sobre a mesma, voltar ao seu uísque e acender novamente o seu cigarro.
Falar em bebida, você deve se lembrar que eu havia parado com esse hábito. Pois é. Disse bem: havia.
Veja, Skip, eu, sempre tão forte, tão senhor do meu caminho, eu já não sou o mesmo.
Uma, duas, três, sete vezes ou mais, me apaixonei. E como poeta de dois séculos atrás, engoli cada sentimento, enfiando-o garganta abaixo sob fortes doses de cerveja, vinho, conhaque, aguardente. E quem me ouviu? Copos vazios, cheios, vazios novamente, cascas de amendoins, mesas de madeira nos cantos mais escuros dos bares mais estranhos, dos locais onde jamais havia estado antes, e cigarros, e cigarros, e cigarros.
Énfim, Skip, eu emagrecia, eu perdia o pouco de fora que tinha, e, mais uma vez, lá estava eu, novamente sobre efeito dessa droga desgraçada que muitos hão de elogiar.

Estou sendo expulso desse apartamento agora. Mas, antes que pense, não lhe escrevo para pedir abrigo. Escrevo para dizer que, talvez seja essa a última vez que você receberá notícias minhas.
Você e suas mãos calejadas, sua falta de perspectiva seus não-sonhos bem vívidos, que sempre deram tão certo, e eu... eu e meus sonhos esquecidos, trilhas sonoras sem volume, planos que hoje embrulham minha pequena mudança.
À você, Skip, não desejo a felicidade, pelo simples fato de que sempre lutei por ela, e hoje sobrou-me a ruína. À você, desejo o mesmo que poderia desejar à todos os mais jovens: que as cortinas não se abram, os sentimentos não se revelem e que a vida passe, sem nunca tentar mostrar para cada um qual o real significado da palavra viver, da palavra sentir.

Adeus.

11.02.2005

Fantasma das canções de outros

Olhe para mim.
Diga que sou real, e não só um sopro, um suspiro,
Uma nota suspensa no ar.
Vamos, olhe para mim!
Fale que você me vê, me sente, me ouve...
E então me bata, me empurre, me xingue!
Pode me mandar embora...
E em passos curtos e tristes, eu vou.
Mas agora... eu peço, olha!
Me encare!
Seja com ódio, rancor, desprezo ou amor,
Me encare!
E então chute, desvie-se, cuspa ou me abrace,
Mas por favor, piedade...
Olha pra mim!

Tudo o que eu quero é saber se estou vivo,
E o que preciso é a certeza de que jamais foi ilusão.
Sem início, e até o fim,
Sempre aqui, sempre.... vou estar,
E o que eu peço é tão pouco...
Apenas olhe para mim.


Som: Depeche Mode - Precious


Yeah, yeah... tosco extremo! Parece com as coisas que eu escrevia com dezesseis anos... mas quem se importa? Ninguém lê isso aqui mesmo!